quinta-feira, julho 01, 2010

Mudança!



Pensei, revisei, te olhei. Afinal sua foto misteriosamente ainda estava no meu bolso, por quê? Não vou tentar entender, essa não é a hora... Partindo daquele sentimento que me aprisionada, eu já não sabia se aquela sensação de limitação vinha das grades que me impediam ou da janela que me dizia ininterruptamente não a uma ampliação daquela fresta de luz. O chão como sempre estava particularmente frio, mas dessa vez eu o esquentava com tanto ardor que vinha dos meus devaneios. Ouvi muitos contarem sobre o amor, mas para mim o que seria aquilo? Logo eu, que sempre vivi de ponte em ponte, de chão em chão, com o pensamento vagando em possibilidades de sobrevivência. Agora era diferente, eu sentia que algo intocável queria me dominar, como se manter-me vivo não fosse mais achar comida ou abrigo. Eu precisava de um pouco mais... Não, eu não vou deixar me dominarem, nem a grade, nem a janela, nem aquela maldita foto e nem aquilo que as pessoas insistem em chamar de amor. Agora parece que eles, metidos naquela farda infeliz, horrorosa sabem dos meus pensamentos, e eu queria escondê-los. Sinto vergonha, eu o sempre dono de mim mesmo, com vergonha? Exatamente... Amanhã é o grande dia, ainda não consegui me decidir para qual caminho devo ir, mas é tão difícil abdicar do passado em prol de uma essência que eu não sei como ou pelo menos se devo chegar. Enfim, o amanhã não é para ser resolvido hoje, o que me resta é me manter instável nesse arcabouço de preceitos que me regem agora. E que o amanhã venha talvez um pouco menos subjetivo para um indivíduo que nunca usou palavras como humano e sentimento muito próximas.


NaNy Schitini

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